sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Meu artigo: "A Dívida Portuguesa"


Lagos, 25 de Outubro de 2012

sobre A Dívida Portuguesa

Ontem Portugal recebeu novamente a visita da Troika que veio averiguar se os compromissos assumidos por Portugal estavam a ser cumpridos e os pagamentos dos empréstimos e dos juros para poder libertar mais uma prestação, a de Outubro, no valor de mil e quinhentos milhões de euros de um empréstimo total dos FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia no valor de setenta e oito mil milhões de euros (78 mil milhões de euros) dos quais já foram entregues vinte e um mil e oitocentos milhões de euros (21 800 milhões de euros). Atualmente a dívida pública já representa 120% do Produto Interno Bruto (= o valor monetário do que é produzido no país). Depois vêm para a praça pública afirmar “Não queremos cá a Troika”; pois não, não querem, mas querem o dinheirinho que ela tem vindo a trazer para Portugal!? Que valores morais e éticos são estes? Que exemplos são estes para o nosso povo? Nesta crise – 2009-2012 - já 73 000 empresas em Portugal foram à falência, representando 24% do tecido empresarial.

Este é o buraco onde nos meteram as espertezas “saloias” dos que têm sido nossos governantes e seus quadros técnicos com a política do “gasta-se e não se paga”; pois não. Os outros tiram o seu dinheiro de algum portal virtual para nos entregar a nós?! As consequências dessa política e desse incentivo estão à vista na situação calamitosa do Estado, das famílias e do sector privado. Contudo esta não é toda a dívida, ainda há as dívidas contraídas com vendas de obrigações públicas no mercado internacional de capitais com cada venda da ordem de vários mil milhões de euros e a juros muito mais elevados a vários bancos e países estrangeiros. Agora andam a afirmar “nós queremos entrar nos mercados internacionais de capitais para vender mais obrigações.” sem o mínimo bom-senso. Ainda há dívidas públicas ao FMI e não só, anteriores a esta crise internacional.

São dívidas públicas atrás de dívidas públicas num valor que vai para além do exorbitante. Qual o sentido de tudo isto? Tudo isto tem um objectivo para eles. O objectivo só pode ser a saída de Portugal do euro, fazer a desvalorização da moeda, mas numa escala de milhares por cento como aconteceu quando se mudou dos réis da monarquia para os escudos da república e inflação galopante, mas a dívida paga-se em euros ou dólares. Talvez andem a sonhar com decretar a insolvência do país e Portugal passar a neocolónia dos países-credores. Na cabeça de gente louca tudo é possível.

Claro que a riqueza deste grupo de portugueses não está em Portugal; em Portugal não depositam eles o seu dinheirinho, não criam as suas empresas, não compram, … Portugal já não tem classe para eles. Dantes tinham o seu dinheiro e empresas nas colónias onde não se fazia desvalorização da moeda, pois não havia agitação social e assim não havia necessidade de castigar a economia e finanças. Atualmente têm a sua riqueza nos países emergentes – Brasil, Angola, Moçambique, China, Índia - com economias crescentes onde também não há desvalorização da moeda porque, antes que comece a haver desvalorização da moeda, eles mudam as suas riquezas para outros países mais favoráveis e cá em Portugal gozam os rendimentos, desfrutando do sol e do clima. É natural, nós também gostamos do que os estrangeiros gostam.

E Portugal? Como fica Portugal depois de acontecer tudo o que eles querem? Portugal volta a ser o país de miséria para o povo, o país subserviente como sempre foi antes de entrar para a União Europeia. Querem fazer-nos crer que isto é sina dos portugueses, culpa da igreja católica dominante (será mesmo?) nos países em crise, qualidade dos povos do sul pelo facto de serem preguiçosos e ignorantes. Será mesmo? Ou tudo isto é culpa dos grupos de ignorantes que nos têm governado ao longo da nossa História gastando à vontade e depois desvalorizando a moeda, lançando moeda no país sem aumento correspondente do PIB e depois mudando de moeda com uma grande desvalorização e inflação. Eles acham que o Zé quer é andar com a carteira cheia!? Será que ele quer mesmo isso agora que é mais culto, capaz de pensar pela sua própria cabeça ?! Duvido!

Porque é que a Islândia, primeiro não queria a União Europeia nem o euro e agora depois da crise e da desvalorização da sua moeda já quer e pede para entrar para a União Europeia e para o euro?! Agora reconhecem a importância e a protecção que a União Europeia representa para os Estados-membros e quão necessária ela é para apoiar e defender a população quando surgem loucos a governar-nos.

Dizem que nós temos uma economia fraca, não podemos estar no mesmo grupo das grandes economias; mas nós não somos o único país pequeno do grupo do euro. Estão lá muitos mais países pequenos e as suas populações têm bons níveis de vida. Qual o problema histórico destes países do sul que os outros países não têm? A desvalorização da moeda. Os outros países não usam como método lançar moeda no país sem o correspondente aumento de riqueza, desvalorizando assim a moeda e gastando para além das suas receitas. Os outros países da Europa não fazem isto e é isso que provoca a diferença. Os outros países gastam de acordo com as suas receitas e o resto entregam a capitais privados e é assim que governantes com bom-senso têm de governar em Portugal.

Relativamente à dívida pública exorbitante e crescente que alegremente a nossa praça pública defende, pois sem este endividamento não havia e não há com que pagar as despesas públicas indispensáveis, só há uma coisa a fazer: ir pagando de acordo com as receitas que o país vai obtendo e ir alargando os prazos de pagamento, isto é, por exemplo o Estado tem 500 mil milhões de euros para pagar em Março de 2013 que resultam de empréstimos e juros a 6% ao ano. Então, com antecedência, convoca os seus credores e diz-se-lhes “não temos como cumprir os nossos compromissos convosco em Março de 2013. Só podemos entregar 200 mil milhões de euros nessa data. Pede-se para que o prazo seja prolongado por mais um ano.” Assim os 500 mil milhões de euros a entregar em Março de 2013 passam para Março de 2014, o que significa que a taxa de juro automaticamente passa de 6% para 3% ao ano. Claro que os credores podem querer receber os 200 mil milhões de euros em 2013 e 300 mil milhões de euros em 2014. É natural.  


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